Fundador da Mansão do Caminho, médium enfrentava câncer na bexiga; legado social e espiritual atravessa gerações
O Brasil amanheceu de luto com a partida de Divaldo Franco, um dos maiores expoentes do espiritismo em nível nacional e internacional. O médium baiano faleceu aos 98 anos nesta terça-feira (13), em Salvador, após lutar contra um câncer na bexiga diagnosticado no fim de 2024. A causa da morte foi falência múltipla dos órgãos.
Divaldo dedicou mais de sete décadas à difusão da doutrina espírita e ao trabalho humanitário. Desde muito jovem, após enfrentar uma paralisia e, segundo relatos, ter recuperado os movimentos graças à intervenção espiritual de um médium, passou a estudar o espiritismo profundamente. Em 1947, criou o Centro Caminho da Redenção e, anos depois, fundou a Mansão do Caminho, ao lado do parceiro de missão Nilson de Souza.
A Mansão do Caminho, localizada em Salvador, se tornou um verdadeiro complexo de assistência social e referência espiritual. Com atendimento diário a cerca de 5 mil pessoas em situação de vulnerabilidade, a instituição oferece serviços como clínica de psicologia, atividades culturais, educação básica, lar para idosos e programas sociais variados.
Além da obra social, Divaldo também se destacou na literatura e na oratória. Autor de mais de 200 livros, traduzidos em 17 idiomas, realizou cerca de 20 mil palestras ao longo da vida — sempre promovendo temas como paz, fraternidade e autoconhecimento.
A notícia da morte foi confirmada pelas redes sociais da Mansão do Caminho com a frase: “Divaldo retornou à Pátria Espiritual”, termo que representa a continuidade da existência na visão espírita.
O velório será aberto ao público e acontece nesta quarta-feira (14), a partir das 9h, no ginásio da Mansão do Caminho, onde o médium viveu e trabalhou até os últimos dias de sua vida.
Divaldo Franco parte deixando um legado de compaixão, fé e serviço ao próximo — marcas de uma trajetória que inspirou e seguirá inspirando milhares de pessoas no Brasil e no mundo.